Hoje eu vou dividir com vocês a lição de um dos meus autores favoritos:
Aristóteles
Aristóteles me encanta não só pela dimensão do seu estudo também porque ele é o pai da ciência
Platão definiu o conhecimento: conhecimento é uma crença verdadeira e justificada.
É nesse momento que Aristóteles vai além:
conhecimento real é uma crença:
• Verdadeira
• Justificada
• Comprovada
E nesse momento ele se torna o pai da ciência abrindo as portas da experimentação para demonstração de alguma realidade.

Mas a história tem um momento que eu acho formidável e eu utilizei esse momento em meditações ao longo da minha vida para me ajudar a superar algumas dificuldades.
A história é interessante:
A rainha da macedônia estava grávida do herdeiro e, quando preocupada com o futuro da sua prole, foi ao Oráculo de Delfos e lá recebeu um vaticínio muito importante:
A criança que ela trazia no ventre seria grande.
Isso ganhou um extenso significado em sua vida e ela resolveu garantir que esse vaticínio se tornasse verdadeiro.
E quem era o homem mais sábio da época?
Aristóteles.
Ele já era reconhecidamente um dos filósofos mais importantes.
E ela foi até Aristóteles e disse:
Eu quero que você eduque o futuro rei da Macedônia.
E ela contou-lhe sobre o vaticínio do Oráculo.
Após o nascimento da criança, quando ela chegou em uma determinada idade, ela foi a Aristóteles e a apresentou.
E nesse momento Aristóteles faz a criança um desafio já entrou para a história como o desafio de Aristóteles:
“Zangar-se é fácil.
Qualquer um pode fazer isso.
Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa,
pelo motivo certo e da maneira certa…
não é fácil.
Se você conseguir isso, você será grande.”
E assumiu a direção educacional do jovem príncipe.
Esse príncipe cresceu, se desenvolveu, tornou-se alguém muito importante e nunca esqueceu o desafio de Aristóteles.
Ao longo da sua carreira de conquistas eles sempre trazia em mente o desafio porque ele acreditava naquilo que sua mãe disse: que ele seria grande.
Isso só aconteceria se ele conseguisse corresponder ao desafio de Aristóteles então a cada conquista, por mais difícil que fosse, ele aquietava a sua mente, saciava sua fome, a sua sede, os seus desejos mais prementes, descansava, acordava, esvaziava a mente, e então: tomava a decisão.
Nunca tomou a decisão sobre o calor da emoção.
Nunca julgou alguém sobre ação de nenhum estímulo, que não fosse a lógica ensinada por seu mestre.
E ao longo da história ele ficou conhecido como:
Alexandre O Grande.

O Desafio de Aristóteles foi muito mais importante do que se possa imaginar.
A maior parte dos nossos problemas vêm justamente da falta de consciência das nossas emoções no momento em que elas acontecem. E isso deu origem a um livro muito importante chamado: Inteligência Emocional

Essa colocação de Aristóteles significa você assumir o controle das suas emoções, não se deixar dominar por elas, e simplesmente assumir o protagonismo da sua vida.
Porque para sentir raiva nós temos motivos. E muitos deles legítimos.
Porém você precisa se questionar:
• Essa raiva é autêntica?
• O objeto dessa raiva é aquele que você supõe ser?
• O momento em que a raiva surgiu está correto?
• A intensidade dessa raiva é proporcional ao acontecimento?
• É o momento de você extravasar isso?
Todas essas respostas são essenciais para que as suas decisões sejam tomadas com a sua razão e que sejam a melhor decisão possível diante dos acontecimentos.
Então o desafio de Aristóteles nunca foi tão atual como nesse momento.
Porque sentir raiva é fácil, qualquer pessoa faz isso. E sobre o calor dessa emoção toma as decisões mais terríveis, com as consequências mais funestas destruindo muitas vezes o casamento, a vida, a liberdade.
Tantas coisas se perdem por um momento fugaz de emoção.
Uma das coisas mais comuns é a agressão deslocada:
a sua frustração, que você derrama em outra pessoa.

“Ah mas o motivo…”
Sim, o motivo pode ser até real.
Mas a intensidade é proporcional ao acontecimento?
Ou você está colocando ali as suas frustrações que vêm de outra origem?
Então Aristóteles tinha toda razão.
Durante muitos anos eu coloquei essa máxima no espelho.
Ao acordar eu pensava.
Todas as vezes que eu vinha do trabalho, crianças pequenas, as dificuldade gerais da vida…
A impaciência era com alguma coisa que a criança realmente fez ou estou projetando?
Então eu saía, ia refletir e só tomava uma decisão depois.
E vou até contar uma experiência com meu filho:
Um dia ele fez algo que me aborreceu muito e eu disse a ele:
“Eu vou lhe castigar, porém não agora porque eu estou zangada.
Eu vou esperar passar um tempo para que o castigo seja proporcional e ligado exatamente ao que aconteceu.”
E assim o fiz.
Após um tempo, ele teve seu castigo e expliquei o motivo.
Muito tempo depois meu marido me questionou certa vez:
“Por que ele obedece a você e ouve uma vez, e a mim não?”
E eu chamei ele:
Venha cá meu filho:
“Por que quando seu pai lhe diz para não fazer, você insiste?
E meu marido completou:
“E quando sua mãe fala não?”
E ele respondeu:
“Ah, porque quando minha mãe diz não, é não.
Quando você diz, é talvez.”
Por que?
Porque nem sempre a sua “justiça”, é justiça.
Na verdade você está projetando.
Uma decisão que depende da emoção do momento, nunca é uma boa decisão.
Uma decisão deve ser pensada para corresponder devidamente às suas necessidades.
O Livro dos Espíritos tem uma máxima:
“Que fazer para alcançar a felicidade e resistir ao mal?”
Resposta:
“Um sábio da antiguidade vo-lo disse: conhece-te a ti mesmo.”